Manufatura e Saúde são listadas por especialistas como áreas que podem ser alavancadas pela tecnologia no Brasil
No mundo corporativo, o 5G já vem demonstrando uma grande eficiência em diversos setores do mercado. De acordo com a pesquisa “Tecnologia 5G: a hiperconectividade que vai mudar o mundo”, 56% das empresas nacionais já possuem os recursos para investimento na nova tecnologia. Porém, em relação à aplicação, 20% dos entrevistados indicaram a intenção de direcionar recursos para as áreas de infraestrutura de TI e cloud, o que indica o interesse em investir em computação descentralizada.
Em evento realizado pelo Ti Inside, o 5G Summit, Paulo Spaccaquerche, presidente da ABINC (Associação Brasileira de Internet das Coisas), disse que o 5G oferece a possibilidade de estabilidade e segurança, proporcionando um impulsionamento para o setor de Internet das Coisas, como também, para ampliar o propósito dos negócios por meio da tecnologia. “Para cada segmento de mercado é possível ter um tipo de atuação. No caso do 5G, espera-se que seja alavancada toda a parte de mobilidade, por exemplo, que impacta, também, os projetos de cidades inteligentes”.
Paulo destacou ainda que um setor muito forte é o da manufatura, pois todos os sensores de chão de fábrica poderão ser utilizados no 5G, principalmente quando se fala em gêmeos digitais (ou digital twins). “Além disso, a área da saúde já vem se apropriando de vários projetos que estavam parados porque não tinham a tecnologia que o 5G promove”, explicou o presidente.
O vice-presidente para a América Latina e Caribe da 5G Americanas, José Felipe Otero, explicou que a tecnologia 5G não é estática e pode proporcionar uma banda móvel aumentada com baixa latência para os consumidores. Com isso, “a nova tecnologia possibilita a transformação digital da economia e das operadoras de telecom através do compartilhamento dinâmico do espectro, do uso da infraestrutura, como também, permite atualização, seja com uso de software ou na criação de redes. Tudo com custos mais baratos, seja nos grandes centros ou locais remotos, atendendo a muitas demandas”.
O membro sênior do IEEE e pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Linkoping na Suécia, pelo programa CNPq CISB Saab, Euclides Chuma, acredita que, apesar de ser popularizado pelo uso nos aparelhos eletrônicos e nas conexões Wi-Fi, o maior impacto do 5G será na indústria, pois existe mais customização de configurações e possibilita um número menor de incidências de problemas na Internet das Coisas e na Indústria 4.0, por ser resiliente.
Por fim, Vicente Bandeira, membro do Conselho Diretor da Anatel e Presidente do GAPE, enfatiza o uso do 5G e o desafio da conectividade nas escolas do Brasil, destacando investimentos como, por exemplo, a cobertura em sedes municipais e rodovias e conectividade entre as escolas públicas de ensino básico. “Na busca que fizemos, pudemos perceber que a carência se encontra predominantemente nas regiões do norte e nordeste do país. Logo, são eles que precisam ter mais acesso à conectividade e acesso com o propósito de também formar mão de obra”, exemplifica.
Paulo, por sua vez, complementa dizendo que o grande problema atual é justamente a mão de obra e que esses investimentos podem suprir esse impasse. Além disso, ressalta a adaptação para a realidade dos negócios com a chegada do 5G e enfatizou a importância em formar uma mão de obra para acompanhar a evolução da nova tecnologia, para que os negócios consigam ser eficientes e, para que, estejam dentro de uma competitividade.