A Importância do Monitoramento da Potabilidade da Água em Reservatórios Condominiais

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*Por Fernando Aparecido de Assis

Desde o momento em que a água é coletada nos mananciais, até chegar à caixa d’água do condomínio residencial, ela pode sofrer contaminação por processos naturais e atividade humana. Antes de chegar ao reservatório da sua residência, a água passa pelo processo de descontaminação na empresa de saneamento básico. No entanto, não é possível afirmar de que essa água permanece própria para o consumo humano depois de percorrer quilômetros de antigas tubulações subterrâneas, sem monitoramento ativo da caixa d’água do seu prédio. Uma das responsabilidades de um síndico de condomínio residencial é garantir que a água esteja potável para moradores e visitantes, podendo responder acusações criminais caso a água esteja imprópria para o consumo. Como responsabilizar se não há como saber a condição da água de forma preditiva.  A cada seis meses, a caixa d’água deve ser limpa e analisada por empresa autorizada que publica o laudo da qualidade da água. Este resultado deve ser fixado em local ostensivo. No entanto, não há garantias que essa condição relatada no momento da coleta da amostra da água, permanecerá até a próxima inspeção. Contudo, a falta de informação diária da qualidade da água consumida pelos moradores e visitantes é uma deficiência na administração dessa demanda. LEI Nº 10.406 (Brasil)

A Solução é Sair do Analógico e Entrar no Digital

Atualmente o monitoramento da potabilidade em condomínios consiste em coletar amostras no local, encaminhá-las ao laboratório específico e aguardar até a emissão do laudo. A dúvida que existe na administração condominial é se, após a entrega do resultado, o produto permanece livre de contaminantes durante os meses seguintes. O monitoramento semestral não traz a segurança para afirmar que a água consumida diariamente está, de fato, sem contaminantes até a próxima medição. A tecnologia atual apresenta viabilidade técnica e econômica por meio da inovação. Com uma solução de arquitetura local, híbrida ou em nuvem que abrange hardware de baixo custo e software de código aberto e, portanto, de baixo custo, módulo de processamento, sensores que leem parâmetros da água, software livre, rede de longa distância, baixa potência e eficiência energética, é possível resolver essa demanda.

Internet das Coisas (IoT) como Inovação e Solução

Para solucionar o problema causado pela falta de informação adequada, o conceito tecnológico emergente da Internet das Coisas vem ao encontro dessa demanda. Por meio de sensores imersos em reservatório de água que tem a função de ler os parâmetros de potabilidade como (Oxigênio Dissolvido (OD), Potencial Hidrogeniônico (PH), Potencial de Oxidação-Redução (ORP), Condutividade Elétrica e Temperatura). Definidos previamente pelo Ministério da Saúde (MS), esses parâmetros indicam se a água está ou não potável. Esses dispositivos coletam os dados da água naquele momento e transmitem para um sistema embarcado local que faz a análise da condição da potabilidade. Caso o padrão fuja dos parâmetros pré-definidos, um alerta é gerado e o responsável pela qualidade água será informado. MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil).

Meio de Transmissão de Dados

As redes de baixo consumo energético e longo alcance (LPWAN) vieram para somar como meio de transmissão de dados dentro do conceito de Internet das Coisas. Existem vantagens assim como desvantagens em cada uma dessas redes. Logo, cabe avaliar qual será a melhor tecnologia baseada na característica do consumidor final. MELO, P.

Escalar para Crescer o Caminho da Viabilidade Econômica

A capacidade de absorver diversos dispositivos de IoT a custo baixo, pouca complexidade e uso por demanda, são características da nuvem. Aliado à sua capacidade de armazenamento, processamento e segurança, traz viabilidade econômica e técnica a essa inovação em conjunto com a agilidade e crescimento escalonável. Os critérios como alta disponibilidade e segurança, também fazem parte dos serviços que a nuvem proporciona. Para que essa interação ocorra, deve-se aplicar por meio de APIs, requisições HTTP e mensagens de retorno. Também é possível criar a arquitetura localmente montando uma infraestrutura própria, todavia, para dar escala a solução, tornar-se-ia inviável economicamente

Conclusão

O consumidor não nota no dia a dia o quão complexo é o processo de captação e tratamento desse bem. Além disso, os riscos envolvidos por contaminantes diversos tornam necessário ter a informação disponível a qualquer momento sobre o que se consome diariamente. Aqui o foco foi sobre o monitoramento em reservatórios de água dos condomínios residenciais. Todavia, a necessidade de monitorar a água cabe em diversos outros locais de consumo como a linha de produção de alimentos. Por meio dessa análise de parâmetros da água, e outros tipos de sensores, é possível inovar no processo de produção de alimentos e bebidas monitorando os padrões de qualidade da água para cada produção, a fim de prevenir a perda no processo de fabricação.

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