Evento do Comitê de Manufatura da associação reuniu líderes e representantes de entidades do setor com palestras e debates
No último dia 29 de junho aconteceu o encontro do Comitê de Manufatura da ABINC com apoio da Poyry – empresa europeia líder em serviços de engenharia, projetos e consultoria. Com o tema “A Consolidação da IoT no Brasil – o panorama na indústria”, a conferência foi marcada por palestras com representantes de entidades do setor, como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o C4IR (Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil), com objetivo de discutir o cenário atual e apresentar as expectativas futuras da evolução da Indústria 4.0 nas organizações.
O evento contou com a presença de membros da ABINC, como Flávio Maeda, Vice-Presidente da associação e Head de Digitalização para América Latina da Pöyry, que apresentou a pesquisa “Previsões para o Mercado de IoT na América Latina e no Brasil” e cases de empresas que investiram em transformação digital para alcançar os objetivos dos negócios; e Maurício Finotti, Líder do Comitê de Manufatura da ABINC, que expôs detalhadamente o trabalho realizado pelo Comitê e os resultados do Programa de Test Beds – Sindipeças e ABDI.
Além deles, o congresso contou com a contribuição do ex-superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI e sócio da Eclésia Estratégia e Inteligência Política, João Emílio Gonçalves, que apresentou a palestra “Panorama dos programas do governo para produtividade e digitalização; e Aldo Russo, representante do C4IR (Centro para a Quarta Revolução Industrial), com uma apresentação cujo tema foi: “Digitalização em operações – o caso da Manutenção Preditiva”.
O setor de manufatura industrial brasileiro passou por transformações e atualizações em favor da sustentabilidade dos negócios e da otimização dos processos, no qual a digitalização tem desempenhado um papel fundamental, impulsionada pela IoT. Flávio Maeda ressaltou que a digitalização e o uso da IoT também colaboram com a transição para uma indústria de manufatura mais sustentável, já que remodelam todos os processos e são capazes de desenvolver tecnologias verdes, que visam reduzir os impactos possíveis dos processos produtivos na natureza.
Durante apresentação, João Emílio ressaltou que um dos pontos levantados pelas empresas é a falta de trabalhadores qualificados e as dificuldades de identificar as tecnologias e os parceiros. Ele enfatizou a importância de uma liderança empresarial que compreenda as soluções digitais para buscar a inovação de forma adequada. “Não do ponto de vista do desenvolvimento das tecnologias digitais, mas quando a gente olha pro chão de fábrica para uma empresa que vai adotar e incorporar as tecnologias digitais para aumentar a eficiência da produção, eu nunca vi um caso em que a qualificação do trabalhador tenha sido impeditiva. Inclusive, como exemplo no agro: máquinas agrícolas super modernas com interfaces digitais e que possibilitam colocar os equipamentos sem precisar fazer nenhum curso de qualificação sofisticado com o trabalhador”, exemplificou.
No entanto, Aldo Russo enfatizou a necessidade de colaboração e uma cultura aberta para o setor, encorajando a troca de conhecimentos e a criação de parcerias estratégicas entre as empresas. “Colaboração e cultura são palavras-chave para que a indústria possa se renovar”.
Por fim, Maurício Finotti abordou os trabalhos realizados pelo comitê de Manufatura, destacando a redução de custos e o aumento dos serviços, entre outros resultados alcançados pelo Programa de Tests Beds. Ele mostrou como o investimento nessas tecnologias podem gerar retornos atraentes para empresas de diferentes portes. “Em torno de um real que a gente coloca nesse tipo de tecnologia, a gente gera sete lá no final, e funciona para empresas de pequeno e grande porte”, finaliza.