Melhoria da eficiência energética é essencial para suportar o crescimento do setor de telecomunicações, afirma diretor da CNI

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No último Massive IoT Summit 2024, evento realizado pela Everynet em parceria com a ABINC em São Paulo, especialistas em IoT discutiram a convergência entre política industrial, inovação tecnológica e desafios ambientais no setor de telecomunicações brasileiro. Um tema central foi a necessidade de melhorar a eficiência energética para acompanhar o aumento da demanda do setor. Jeferson Gomes, Diretor de Inovação da CNI, destacou que para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com um consumo previsto de 25.000 kWh por ano, seriam necessários aumentos significativos nos recursos: “Precisaríamos de 40% mais água, 40% mais alimentos e 50% mais energia”, explicou.

Roberval Tavares, CEO da Constanta, ressaltou o compromisso com a agenda industrial e inovadora do Brasil. “A nova política industrial transcende um projeto governamental; é um esforço coletivo nacional”, disse ele. “Estamos investindo em IoT e trabalhando em conjunto com o governo para estimular a produção e inovação local”, acrescentou.

Jeferson Gomes também comentou sobre a competitividade global e a posição estratégica do Brasil. “Entramos em uma era onde energia e tecnologia são fundamentais”, afirmou. “As políticas industriais do Brasil precisam se adaptar às mudanças globais e focar em áreas como energia limpa para manter a competitividade.”

A discussão incluiu ainda o impacto da infraestrutura tecnológica, como os data centers, no aumento do consumo de energia, intensificado pelo avanço da inteligência artificial. Os especialistas também destacaram o papel da Anatel na formação do panorama de telecomunicações no país.

José Umberto, especialista em comunicações da Anatel, destacou a evolução do papel da agência. “Com 250 mil empresas autorizadas a fornecer serviços de telecomunicações no Brasil, a regulação se torna essencial”, observou. “Isso envolve estabelecer normas que definem as responsabilidades de prestadores de serviços e consumidores.” Ele também ressaltou que a Anatel vai além da regulamentação, atuando na fiscalização e implementação das políticas do governo federal, sempre alinhada às diretrizes do Ministério das Comunicações. “Além disso, a agência mantém um grupo dedicado à inteligência artificial, o que nos mantém a par das tendências de mercado”, completou.

A discussão foi encerrada com uma análise do papel de empresas chave, como a American Tower, no desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações brasileira. Emerson Hugues, gerente geral da American Tower no Brasil, enfatizou a importância do compartilhamento de recursos. “Nossa abordagem é semelhante à encontrada em plataformas como Uber e Airbnb, que utilizam um único recurso para servir múltiplos usuários, criando valor através do compartilhamento”, concluiu.

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