Após a regulamentação pelo Governo Federal, a Internet das Coisas vem crescendo e as tendências apontam para sua consolidação no país.
A IoT é uma das ferramentas de inovação que surgiram junto à Indústria 4.0 e que, no Brasil, vem crescendo expressivamente nos últimos anos. A primeira vez que o termo “Internet das Coisas” surgiu foi em 1999, proferido por Kevin Ashton, pioneiro na área de tecnologia, que previu que um dia todos os objetos poderiam estar conectados por uma mesma rede. Porém, foi só em 2010 que a IoT começou a entrar em execução na prática, viabilizada pelas conexões via Web.
Desde então, a IoT tem acompanhado a evolução da Internet e tem sido cada vez mais utilizada para tornar casas, empresas e até mesmo cidades mais automatizadas e inteligentes. De maneira bem simplificada, se a internet comum conecta pessoas, a Internet das Coisas conecta eletrônicos e softwares, e seu impacto é tão expressivo que alcança todos os campos em que a internet possa chegar.
A IoT já está transformando e transformará cada vez mais a maneira como as pessoas monitoram suas casas, fazem compras, consomem informações na internet, monitoram a saúde, produzem alimentos no campo, transportam mercadorias, administram serviços, dentre outros; ou seja, é praticamente impossível mapear até onde a Internet das Coisas pode chegar.
Não bastasse as inúmeras possibilidades que a IoT pode trazer para o cotidiano, há um outro fator que tem sido considerado por muitos analistas como um dos pontos mais importantes para o futuro: a informação. À medida que os dispositivos estão sendo conectados, uma gama valiosíssima de dados e informações têm sido coletados e, dentro dessa economia digital, a informação é cada vez mais encarada como uma nova classe de ativos, uma vez que é possível transformar dados em inteligência e assim desenvolver novas soluções. Segundo pesquisa da Gartner, consultoria internacional especializada em analisar cenários de tecnologia, cerca de 35% das empresas que detém esse tipo de informação pretendem, em algum momento, monetizá-las. O crescimento da IoT no Brasil tem sido constante, porém desigual, uma vez que sujeita-se ao grau de maturação digital de cada mercado e da capacidade de cada setor responder às demandas de cibersegurança, governança, dentre outros fatores importantes para sua plena implementação.
Em 2019 a IoT foi oficialmente regulamentada no Brasil através do Plano Nacional de Internet das Coisas, que prevê implementar e desenvolver a IoT no país, baseado na livre concorrência e também na livre circulação de dados, de acordo com as diretrizes de segurança da informação e de proteção de dados pessoais. Após atravessar a etapa legislativa, a IoT ainda esbarra em dois fatores que impedem o desenrolar pleno da tecnologia, de acordo com Paulo Spaccaquerche, presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), o fator cultural e a falta de mão de obra qualificada são impeditivos para a Internet das Coisas no Brasil, sendo o fator cultural causado pela falta de interoperabilidade, gerenciamento de mudanças e segurança. Ainda, outro aspecto a ser levado em consideração é a viabilidade de compra de equipamentos e ferramentas necessárias para a consolidação da IoT no país.
Por outro lado, com a implementação recente da rede 5G, a tendência é que haja mais facilidade em relação às conexões via IoT. Em 2021, mundialmente, de acordo com pesquisa da IoT Analytics, havia 12,2 bilhões de aparelhos conectados via IoT, obtendo crescimento de 8% em relação ao ano anterior e, no começo de 2022, foi projetado um aumento para 14,4 bilhões. A pesquisa ainda aponta que até 2025 cerca de 27 bilhões de dispositivos estarão conectados. No Brasil, o setor mais avançado em conexões via IoT é o da indústria, mas nos próximos anos é esperado uma forte expansão para os segmentos de serviços, como saúde, agronegócios e cidades inteligentes.
Fonte: https://organismobrasil.com.br/o-caminho-promissor-da-iot-no-brasil/