Relatório OMDIA prevê 29,9 milhões de conexões via satélite em 2030

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Novas tecnologias e soluções abrem caminho para a expansão do IoT em áreas remotas, estimulando a economia e a conectividade em todo o território brasileiro

O relatório da OMDIA sobre “Análise do Mercado de IoT via Satélite”, projeta um crescimento exponencial das conexões via satélite que alcançará 29,9 milhões em 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 22,2%. O potencial de conectar dispositivos em áreas remotas e de difícil acesso revela como os satélites estão se tornando um elemento crucial para o desenvolvimento de aplicações IoT no Brasil, sinalizando um impacto considerável na economia e na conectividade em todo o território.

Rogério Moreira, Diretor de Tecnologia da ABINC, aponta que a crescente demanda tem levado muitos players a considerar as conexões via satélite. “O mercado começou a enxergar a conectividade satelital como oportunidade para otimizar processos e promover o desenvolvimento sustentável de áreas remotas em setores verticais como transporte e logística, monitoramento remoto e energia e serviços públicos. A superação das limitações de tamanho e peso também contribui para a redução de custos e viabilização de novas aplicações”, revela.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país possui, hoje, apenas 19% do território com cobertura de redes terrestres, deixando uma vasta área de 6,8 milhões de km² sem conectividade. “A combinação de tecnologias terrestres e satelitais, juntamente com o desenvolvimento de hardwares e softwares mais eficientes, está criando um ecossistema robusto e maduro para o IoT no Brasil”, complementa Janilson.

Janilson Bezerra, líder do Comitê de Conectividade da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), destaca o potencial transformador do grande número de satélites previstos para lançamento. “Quando vemos as projeções do número de satélites de órbita terrestre baixa (LEO) a serem lançados nos próximos anos, atingindo mais de 24.000 satélites em órbita até 2029, compreendemos que a Terra passará a ter uma conectividade de alcance sem precedentes”, explica.

Ainda segundo dados da Anatel, o mercado nacional de internet é majoritariamente composto por conexões via fibra ótica, representando 74,4% do total. Por sua vez, as conexões via satélite, possuem uma participação bem menor, de apenas 0,9%. Nesse cenário, o crescimento constante impulsionado pela inovação e necessidade de extensão da conectividade, torna a integração um elemento chave para gerar avanços no processo.

O Brasil possui uma condição geográfica que demanda soluções complementares via satélite para alcançar a conectividade total em todo o seu território. “Com o apoio de órgãos reguladores como a Anatel, passamos a obter autorizações e certificações para conexões não terrestres. Ao investir em novos pilares tecnológicos e promover discussões sobre capacidade e superação de limitações, iremos colher os benefícios de uma conectividade sem fronteiras, impulsionando o desenvolvimento do IoT e, consequentemente, a economia e qualidade de vida em regiões remotas. A integração estratégica das tecnologias terrestres e satelitais representa um caminho promissor para o futuro”, finaliza Janilson.