Comitê de Auto e Mobilidade aborda a importância da tecnologia na gestão de frotas

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Em entrevista, Alexandre Vargha e André Carvalho falam sobre automatização, telemetria, eletromobilidade, desafios e oportunidades para o setor de auto e mobilidade no Brasil

1) Qual a importância da tecnologia na gestão de frotas, desde a automatização dos serviços até a manutenção, os custos e o checklist?

A tecnologia de gestão de frotas é um recurso conectado e 100% Digital, extremamente produtivo para empresas que pretendem otimizar a gestão dos seus ativos, contribuindo para o aprimoramento na gestão e rastreamento de suas frotas. Além da segurança para os motoristas, a digitalização na gestão de frotas permite que a vida útil dos veículos seja medida, causando uma redução de gastos com manutenção. Também é possível mensurar o consumo de combustível, controlar a velocidade dos veículos, roteirizar rotas mais eficientes e até controlar fatores como a identidade do motorista e seu estado físico e comportamental. Tudo isso em tempo real.

2) Que desafios enfrentamos até que a telemetria pudesse ser considerada uma tecnologia consolidada no Brasil?

A indústria automotiva tem se movido no sentido de atuar em três pilares de transformação: Eletrificação, Veículos Autônomos e Digitalização. Hoje, temos uma forte tendência europeia em termos de tecnologia embarcada nos caminhões fabricados e comercializados no Brasil. As montadoras de veículos comerciais têm se preparado para a atender a legislação vigente com mudança para o padrão Proconve 8.

Algumas das novas tecnologias que estamos falando já são realidade e estão presente nos caminhões e ônibus. Assim como tecnologias entrantes no mercado advindas da motorização prevista para atender o Proconve 8, o cenário futuro requer o entendimento dos seus pilares estratégicos em conectar os modais e aprimorar as suas capacidades e possibilidades para a eficiência melhor eficiência energética e com baixo ou 0 o nível de emissões. Dentre as principais funcionalidades temos, por exemplo, o sistema de diagnóstico de bordo (OBD), tabela de código de falhas do sistema OBD relacionadas à emissão de poluentes, leitura dos registros, histórico de reparos e falhas, características e funcionalidades que atendem aos requisitos das regulamentações. O primeiro passo para a descarbonização é a economia no consumo de combustível. Fator que está presente na planilha de custos do transportador e figura como uma das principais despesas, ou em muitos casos, como a maior delas no dia a dia da operação de transportes.

No Brasil, temos muitos desafios, mas as tecnologias que contribuem para a gestão de eficiência energética e redução de consumo de combustível dos caminhões e ônibus estão cada vez mais presentes em alguns modelos de veículos comerciais no país. E ainda, temos diversos prestadores de serviços de telemática que oferecem soluções e serviços. Atuam de uma forma consultiva e com um papel fundamental de agentes da mudança, em termos de gestão de frota, economia de combustível, provedores de informações para redução do peso do veículo nas vias, melhoria da dirigibilidade dos motoristas e podem contribuir diretamente sobre o tema de emissão de poluentes nas empresas de transportes. Estamos evoluindo muito bem neste cenário.

3) As soluções em tecnologia para a eletromobilidade têm sido criadas pelas próprias empresas ou ainda somos muito dependentes da importação?

Soluções de tecnologia que viabilizam a jornada rumo a eletromobilidade passam por um momento transitório e rumo a sua maturidade. São grandes os desafios, como acelerar a eletrificação e fortalecer o fluxo de baterias ao longo do ciclo de vida, assim como suportar a infraestrutura de carregamento. O objetivo geral é reduzir o impacto ambiental de veículos de passeio e comerciais a combustão para híbridos ou elétricos.

O elemento principal nesta jornada são as baterias que atualmente importamos. A bateria é um dos componentes centrais de um veículo elétrico e, por isso, o seu gerenciamento e o monitoramento é algo extremamente complexo. A bateria utilizada nos veículos é muito sensível às condições de temperatura, então é preciso ter uma cadeia de serviços estruturada para poder oferecer o suporte necessário para a sua manutenção de forma eficiente.

Quando utilizada esta tecnologia é preciso ter uma infraestrutura muito bem elaborada, do ponto de vista da montadora, além dos requisitos dos sistemas de carregamento que também estão se incorporado. Através da inteligência conectada, muitas montadoras estão utilizando o seu ecossistema de dados para melhorar a questão da eficiência energética em veículos de propulsão híbrida e elétrica. Com a inteligência conectada aplicada, são obtidas melhoria de 3% a 12% na eficiência operacional. É um resultado espetacular para os clientes. Isso tem impacto no TCO – Total Cost Ownership da melhor forma possível provendo economia e melhor performance operacional aos clientes.

4) Quais as dificuldades que o Brasil ainda tem na área de eletromobilidade e tecnologia na gestão de frotas?

O desafio de ter comunicação nas estradas federais o tempo todo nos permite uma reflexão sobre o que precisamos em termos de legislação, infraestrutura e Sistemas Inteligentes de Transportes (ITS), que atendam a legislação e regulamentação para rumo a eletromobilidade. Estamos falando da Rodovia Conectada e Cidades Inteligentes, no presente e no futuro. A capacidade de inovação e ferramentas que permitam auxiliar na distribuição e gerenciamento da energia, tais como a Inteligência Artificial, certamente trazem uma expectativa de mais Verde e melhoria na qualidade de vida.

Caminhões urbanos e rodoviários rodando nas estradas conectadas pode ser uma realidade que permite ter baixa latência para a gestão das frotas, melhoria na área de cobertura de telecomunicações 4G e do novo 5G e tecnologia embarcada de ponta. Eles retratam novos rumos para as operações de transportes, monitorados em segundos e traduzidos em conforto, comunicação e segurança para operações logísticas e de entrega nas cidades. Se faz necessárias soluções e sistemas que monitoram os pontos de carregamento elétrico e a otimização das rotas programadas via redes neural, fatores para segurança da operação nas vias e de outras tecnologias que possam contribuir para a proteção do indivíduo, do veículo e da carga, a fim de perceber e reagir as condições operacionais e de risco ambiental, associadas a Internet das Coisas e inseridos em uma estratégia muito clara de descarbonização, transição energética e combustíveis mais limpos. Maior eficiência no transporte e a construção de uma infraestrutura para a mobilidade elétrica são os grandes desafios do Brasil rumo a sua maturidade para a incorporação dessas novas tecnologias.

5) Que oportunidades e projeções você para o Brasil nesta área? O que esperar do futuro?

A criatividade no ambiente de negócios que envolvem uma abordagem analítica e uso de metodologias no mundo Digital e processos ágeis, redefinem, em poucas palavras, o que temos de melhor quanto ao que esperamos do futuro. Favorecem um ambiente econômico e novas experiências, seja na boleia dos caminhões, nos smartphones dos motoristas, nos sistemas de telemática embarcados de fábrica e outros dispositivos conectados, que certamente na sua individualidade e no coletivo, abrem novos caminhos para termos rodovias mais modernas e tecnologia de ponta presente no dia a dia dos motoristas e na jornada de cada um de nós, especialistas e profissionais da área. Todos estes fatores contribuem para a mudança cultural e percepção de valor de cada indivíduo, principalmente na conscientização e ações que contribuam para o controle de emissões e cumprimento das metas para os próximos anos. Uma relação direta entre o Ecossistema e o Verde. O meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida das pessoas nas grandes cidades e em todo o nosso país.

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