Aplicações de IoT que se tornaram viáveis com o 5G

Por Paulo Spaccaquerche

 

A Internet das Coisas (IoT) tem revolucionado a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor, conectando dispositivos e possibilitando o compartilhamento de informações em tempo real. Com o advento da tecnologia 5G, as aplicações de IoT se tornaram ainda mais viáveis, impulsionando o desenvolvimento de novas soluções e abrindo um leque de possibilidades, oferecendo melhorias significativas em áreas em que a IoT está presente e permitindo seu desenvolvimento mais avançado. O 5G traz vantagens como maior velocidade de transmissão de dados, capacidade de rede aprimorada, menor latência e maior confiabilidade da conexão.

 

A rede 5G é uma das principais habilitadoras para a expansão e o aprimoramento do IoT, trabalhando em conjunto para impulsionar soluções inovadoras em diversos setores. Ela oferece suporte essencial para lidar com uma grande quantidade de dispositivos IoT e a troca de dados em tempo real. Por outro lado, o IoT proporciona ao 5G novas oportunidades de criação de soluções de conectividade inteligente em setores como saúde, manufatura, cidades inteligentes e transporte.

 

Essa sinergia entre IoT e 5G resultará em maior eficiência na coleta, processamento e compartilhamento de dados, permitindo uma comunicação mais rápida entre os dispositivos IoT. Isso traz benefícios significativos para as empresas, que poderão desenvolver soluções mais eficientes e inteligentes. No entanto, a implementação dessa tecnologia requer um investimento significativo, além de preocupações com a segurança e a privacidade dos dados. Portanto, o futuro do IoT com o 5G dependerá da capacidade das empresas em equilibrar os desafios ao longo do caminho com as oportunidades que a tecnologia oferece.

 

Neste artigo, elenco algumas das aplicações de IoT que se beneficiaram do 5G e os impactos positivos que essa combinação tem trazido para diversos setores. Veja a seguir:

 

Cidades Inteligentes: as cidades inteligentes estão se tornando uma realidade, graças ao poder do 5G. Com uma conectividade ultrarrápida e uma latência reduzida, a infraestrutura de IoT pode ser implantada em larga escala para otimizar a gestão urbana. Sensores inteligentes podem monitorar o tráfego, o consumo de energia, a qualidade do ar e a segurança pública, permitindo uma tomada de decisão mais eficiente e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos.

 

Saúde Conectada: a aplicação do 5G na área da saúde tem o potencial de revolucionar a forma como os cuidados médicos são entregues. Com a IoT, dispositivos médicos inteligentes podem ser conectados em tempo real, permitindo o monitoramento remoto de pacientes, diagnósticos mais precisos e intervenções mais rápidas. A tecnologia 5G viabiliza a transmissão de grandes volumes de dados de saúde de forma rápida e segura, tornando possível a telemedicina e a realização de cirurgias remotas.

 

Indústria 4.0: o 5G tem sido um impulsionador chave na adoção da Indústria 4.0, que se baseia na automação e na digitalização dos processos industriais. Com a IoT, sensores e dispositivos conectados podem fornecer dados em tempo real para otimizar a produção, melhorar a eficiência energética e prevenir falhas na linha de produção. A baixa latência do 5G permite uma comunicação rápida e confiável entre máquinas, permitindo a criação de fábricas inteligentes e altamente eficientes, além da criação de gêmeos digitais.

 

Transporte Conectado: a conectividade do 5G é fundamental para a implementação de veículos autônomos e para melhorar a segurança e a eficiência do transporte em geral. Com a IoT, os carros podem se comunicar entre si e com a infraestrutura viária, permitindo uma melhor coordenação do tráfego, prevenção de acidentes e redução do congestionamento. Além disso, o 5G possibilita a transmissão de grandes quantidades de dados de sensores em tempo real, permitindo uma resposta rápida a emergências.

 

Agricultura Inteligente: A combinação de IoT e 5G tem o potencial de transformar a agricultura, aumentando a eficiência e a produtividade. Sensores conectados à Internet podem coletar dados sobre solo, clima e crescimento das plantas, permitindo uma gestão mais precisa e personalizada das culturas. Com o 5G, os agricultores podem monitorar e controlar remotamente suas operações, automatizar processos e usar algoritmos avançados para otimizar a produção de alimentos.

 

Apesar de todas essas possibilidades, é fundamental levar em consideração as questões de segurança e privacidade, especialmente para as empresas que estão investindo nessas soluções. Com a crescente quantidade de dados gerados e compartilhados pelos dispositivos IoT, a segurança dos dados se torna uma preocupação cada vez mais importante. É necessário implementar medidas adequadas de proteção e garantir a conformidade com regulamentações e padrões de segurança para mitigar os riscos associados ao uso do IoT e do 5G.

 

Em resumo, a combinação do IoT com a tecnologia 5G promete um futuro promissor, impulsionando inovações em diversos setores. Com uma conectividade mais rápida, capacidade expandida e menor latência, o 5G permite a criação de soluções mais eficientes e inteligentes no âmbito da IoT. No entanto, é fundamental abordar de forma adequada as preocupações com segurança e privacidade dos dados para garantir o sucesso dessa evolução tecnológica.

 

Paulo José Spaccaquerche (conhecido como Paulo Spacca) é presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC). Com mais de 40 anos de experiência profissional, passou por diversas empresas líderes em tecnologia, como IBM e SAP. Paulo também foi responsável pela implantação no Brasil de empresas americanas como Sybase, Netscape, Peoplesoft e Quest, entre outras. Possui treinamento multidisciplinar em Engenharia e Administração, além de extensão curricular pela Universidade Harvard, nos EUA. Spacca é reconhecido nacionalmente por seu relacionamento com os principais executivos de empresas públicas, privadas nacionais e multinacionais, com atuação em diversos segmentos de mercado. Ele também professor na IBM para os cursos de vendas.

A Internet das Coisas e a Inteligência Artificial já podem nos fazer envelhecer melhor

Recentemente, estive assistindo e escutando com meus filhos ‘When I am sixty-four’ (Quando eu tiver sessenta e quatro anos de idade) dos Beatles. Falo assistindo e escutando, pois, além de escutar essa que é uma das suas inúmeras canções consagradas, também somos fãs de uma série infantil chamada Beat Bugs, disponível no Netflix, onde cada episódio remete a uma canção da referida banda.

No episódio ‘When I am sixty-four’, os personagens, que são insetos infantis, se perguntam como seria ser como um velho? Daí, eles encontram uma máquina de viagem no tempo e um dos personagens vai para o futuro. Lá ele se percebe mais velho e imagina estar com sessenta e quatro anos de idade. Lembra dos amigos ainda jovem, mas percebe várias limitações no seu corpo. A solidão está presente na temática e seu único acessório é uma bengala. Fiquei refletindo como esse personagem, que é o mais ativo do grupo de insetos infantis, encara essas limitações no seu corpo. E o que se passava pela cabeça dos meus filhos sobre como eles envelhecerão? Me pergunto também se alguma tecnologia em específico será a bala de prata para ajudar no envelhecimento humano. Isso é difícil de dizer pois o cenário é muito dinâmico. Terminamos 2022 discutindo Metaverso e iniciamos 2023 já com foco total em IA Generativa. No entanto, a Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) combinada com a Inteligência Artificial estão aí há mais tempo, e já podemos observar alguma consolidação de ganhos no campo do envelhecimento humano. Por enquanto, eu apostaria nelas!

Felizmente, tenho visto boas perspectivas de melhorias. Como sou de TI, interagir com grupos de saúde e envelhecimento humano sempre me trouxeram muitos aprendizados. Aqui vamos focar no que a Internet das Coisas e a Inteligência Artificial estão contribuindo para isso, baseado nas nossas experiências com a plataforma intitulada: Sênior Saúde Móvel. O tópico é muito extenso e poderíamos trazer uma lista exaustiva sobre o papel que todas essas tecnologias disruptivas atuais trazem de contribuição para esse tema. À primeira vista, sabemos que sensores podem nos ajudar a detectar quedas, infartos, chamar emergência, notificar familiares, automatizar tarefas, entre outras coisas. Sistemas de monitoramento de câmeras ou de sonorização também podem facilitar muito a vida em um lar com idosos e ajudar a detectar acidentes. Nosso foco aqui será na prevenção de síndromes geriátricas e na evolução da qualidade de vida do indivíduo durante o curso do seu envelhecimento.

Vamos tomar como exemplo o smartwatch. Esse dispositivo já está bastante popularizado hoje em dia. Quase todo indivíduo interessado no monitoramento da sua saúde e na melhoria do seu desempenho nas atividades físicas tem adquirido um. Tomamos esse dispositivo como uma referência nesse artigo, pois geralmente ele é construído orientado ao público fitness. Então nos perguntamos: o que mais ele pode fazer pelo envelhecimento humano?

Também não discutiremos a construção de um dispositivo próprio. Isso embute muitos desafios que, infelizmente, nem sempre são possíveis de serem ultrapassados por conta da desindustrialização do nosso país. Há alguns dispositivos comerciais disponíveis no mercado, com ampla aceitação, e que permitem acesso a dados de seus sensores. Exemplos imediatos de marcas que incentivam desenvolvedores são: Garmin, Polar e Fitbit. Geralmente esses dispositivos nos dão acesso a sensores tais como acelerômetro, giroscópio, GPS (global position system), PPG (photoplethysmography), entre outros. Também é possível pegar acesso a dados de saúde já processados a partir desses sensores, gerando valores e séries sobre número de passos, qualidade de sono, tempo ativo, gasto de calorias, frequência cardíaca, entre outros. A acurácia desses sensores vem melhorando cada vez mais e novos e mais complexos sensores estão sendo inseridos. Hoje, novas versões possuem sensores que antes estavam disponíveis apenas em equipamentos específicos ou de UTI, como é o caso da oximetria.

Pois bem, a partir desses sensores e dos dados fornecidos podemos atacar problemas importantes no envelhecimento humano. Por exemplo, a síndrome da fragilidade é caracterizada por cinco critérios de acordo com a geriatra e epidemiologista Linda Fried: 1) Perda de peso não intencional; 2) Exaustão avaliada por autorrelato de fadiga; 3) Diminuição da força de preensão manual; 4) Baixo nível de atividade física; e 5) Diminuição da velocidade de caminhada. Na plataforma Sênior Saúde Móvel, os três primeiros itens podem ser capturados por dispositivos (IoT ou não) como balanças e dinamômetros, e questionários. Para os dois últimos foram desenvolvidas aplicações específicas a partir dos sensores e dos dados do smartwatch. O baixo nível de atividade física pode ser identificado por algoritmos construídos a partir de valores de referência da literatura, tais como o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ – International Physical Activity Questionnaire). Esses algoritmos identificam a frequência cardíaca máxima do idoso, define a intensidade das atividades físicas identificadas e classifica períodos de tempo como sedentários até muito ativos. Tudo isso a partir de dados coletados no smartwatch do idoso sobre frequência cardíaca, número de passos, atividades, distância percorrida, calorias, entre outros. Por fim, a velocidade da marcha consiste em um aplicativo embutido no smartwatch que consegue realizar estimativas da velocidade do paciente em janelas de tempo a partir de dados do acelerômetro. Diversos métodos lineares e não lineares podem ser experimentados, já que existem marcas que permitem o acesso aos dados dos sensores em tempo real.

Alguns esforços nesse tipo de abordagem estão presentes na maioria das funcionalidades que buscamos. Listo aqui alguns dos principais que me vem à mente: 1) Remoção de ruídos nos sinais do acelerômetro: este dispositivo é sensível à força da gravidade, impactando nos valores do três eixos espaciais; 2) Limitação de recursos dos dispositivos: smartwatches ainda possuem pouca memória, baixa capacidade de leitura/escrita, limitações por consumo de bateria, entre outros, requisitando tomadas de decisões de projeto que se adequem a estes cenários; 3) Garantia de atributos de qualidade: as aplicações para esses produtos precisam ter uma boa usabilidade (mesmo que sejam apenas para cuidadores ou profissionais de saúde), garantir bom funcionamento quando o número de usuários escalar, latência de comunicação, etc.

Por fim, além dos benefícios para a saúde humana, bem-estar social e qualidade de vida, tais aplicações de Internet das Coisas tem a capacidade de gerar uma massa de dados valiosa. Temos conseguido entregar relatórios, produzir indicadores, apoiar políticas públicas, realizar estudos, publicar artigos científicos, gerar novos produtos, participar de editais, e outras iniciativas mais. Esperamos que esses dados possam ser úteis de diversas outras formas ainda através da Inteligência Artificial e ajudem o país a se adaptar melhor aos problemas inerentes de um envelhecimento acelerado de sua população.

Finalmente, além de todos esses benefícios macro para a saúde populacional, vejo a Internet das Coisas combinada com a Inteligência Artificial como facilitadores decisivos que podem ajudar a nos sentirmos vivos por mais tempo. O engajamento que estas tecnologias provocam nos permitem observações óbvias e digitais, tais como interesse em cumprir metas, até observações não tão óbvias e analógicas, como analisar com amigos o seu relatório de saúde em uma mesa de dominó. Afinal, gostamos de nos sentirmos úteis, estarmos aptos a servir, atingir metas e bater recordes. A vida sempre nos proporcionará desafios, e superá-los (com ou sem a ajuda dessas tecnologias) será sempre um fator de motivação humano.


I could be handy, mending a fuse (Eu poderia ser útil, consertando um fusível)
When your lights have gone (Quando suas luzes acabassem)

Paulo Eduardo e Silva Barbosa (ou Paulo Barbosa) é coordenador do comitê de saúde da ABINC. É doutor em Computação, professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e coordenador de projetos no Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (NUTES). Orienta e co-orienta trabalhos de mestrado e doutorado nas áreas de Internet das Coisas e Inteligência Artificial aplicadas à saúde. Também coordena e atua em projetos Internet das Coisas e Inteligência Artificial com clientes na área da área de saúde, financeiro e energia com escopos no Brasil e no exterior. É consultor da startup Sênior Saúde Móvel, com foco em telemonitoramento de idosos e construção de modelos preditivos para síndromes geriátricas e reabilitação.

IoT promove economia na gestão de frotas conectadas

A Internet das Coisas (IoT) está se mostrando uma ferramenta muito produtiva para otimizar processos e melhorar o gerenciamento e rastreamento de frotas. Além de proporcionar segurança aos motoristas, a IoT também permite a medição da vida útil dos veículos, reduzindo os custos de manutenção. A tecnologia também pode medir o consumo de combustível, controlar a velocidade do veículo, definir rotas mais eficientes e até mesmo monitorar o desempenho do motorista.

 

Esse tema foi discutido no último webinar promovido pela Associação Brasileira para a Internet das Coisas – a Abinc do Brasil, e que está diponível no canal do Youtube da associação. O evento abordou a possibilidade de monitorar cada veículo em tempo real, permitindo que as empresas gerenciem melhor suas frotas e tornem o transporte mais produtivo e seguro.

 

“O segmento de transportes foi o que mais sentiu o preço abrupto do combustível. É possível customizar essa inteligência dentro das empresas, avaliando a linha e a rota, de maneira que gaste menos combustível. Por meio dos dados fornecidos pela IoT, conseguimos fazer uma inferência, estudando as informações operacionais e gerando um bom resultado para melhorar a eficiência energética das frotas”, destaca Alexandre Vargha, presidente do Comitê Auto e Mobilidade da Abinc.

 

Mas a inovação no setor de logística e transporte exige investimento e planejamento. Para André Nunes, fundador e desenvolvedor de negócios da Zane Eco BR, para iniciar um projeto como esse é preciso ter clareza sobre os objetivos e necessidades de sua empresa. “Quais são os dados que você quer buscar? A base de informações tem crescido, então se não tiver esse objetivo bem definido você inicia o projeto com uma complexidade maior que a necessária”, alerta o especialista.

 

“Hoje, a informação é muito valiosa. É como petróleo, temos que entendê-la e saber como refinar para transformar em combustível. E a grande pergunta que a gente faz: o que fazemos com esse tanto de informação? A tecnologia nos ajuda a otimizar essa tomada de decisão e processamento das informações”, relata o gerente de sistemas da Stoneridge, Bruno Gillioli.

Com conectividade, Brasil deve avançar rapidamente no desenvolvimento cidades inteligentes, prevê ABINC

Em um futuro próximo, aplicações como carros autônomos e conectividade de streaming vão se tornar mais comuns; no entanto, falta de continuidade em trocas de gestões dos municípios pode ser um desafio.

 

“Uma Cidade Inteligente é aquela que entrega a tecnologia e usa o que tem de melhor com seus recursos para melhorar a vida das pessoas dentro do seu ecossistema”. Isso é o que reforça Aleksandro Montanha, líder do comitê de Cidades Inteligentes da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC). Segundo ele, a conectividade e o 5G estão inaugurando uma nova fase de aplicações tecnológicas no Brasil, que vão potencializar ainda mais o uso de soluções para o desenvolvimento de cidades inteligentes, transformando o futuro em realidade.

 

O líder do comitê da ABINC explica que o 5G e a conectividade abrem um precedente para uma grande capacidade de processamento de sinais, que por consequência vão gerar soluções inéditas no Brasil. “Estamos em um momento onde a maturidade dos algoritmos de inteligência artificial permitem entregar resultados muito melhores, assim se aproximam muito das demandas existentes”, comenta.

 

Neste cenário, aplicações como carros autônomos e conectividade de streaming vão se tornar mais comuns, além de haver uma transição entre tecnologias de metaverso e realidade aumentada, mas existem ainda muitos desafios.

 

“O grande desafio que se instala agora é a diversidade de oferta de tecnologias. A multipluralidade de soluções que muitas vezes não se conversam ou não geram continuidade, geram passivos muito custosos para a administração pública. Esse momento, de forma equivocada, transmite a sensação que existe uma conformidade no trato com o investimento em inovação.”, afirma Aleksandro.

 

O Comitê de Cidades Inteligentes da ABINC tem como objetivo apresentar para a sociedade o que, de fato, é inovação. Atualmente, o grupo está envolvido em projetos para as “Smart Agro-Cities”, com ações em locais como Ivaiporã, cidade do Paraná. Com 30 mil habitantes e um olhar voltado para o agro, a cidade está desenvolvendo um projeto de tropicalização e, ao mesmo tempo, buscando um parceiro internacional para alavancar a tecnologia no município e no estado.

 

“Onde você tem recursos hoje de investimento e muita demanda reprimida é no campo. Então, eu acredito que vamos andar muito forte com a questão de infraestrutura de comunicação estendendo para áreas mais remotas, principalmente para áreas rurais. Por conta disso, nós vamos ter um desenvolvimento dessa integração do campo com as cidades”, adianta Montanha.

 

ABINC se une a entidades para apoiar alteração na Lei de Execuções Fiscais

Manifesto a favor da PL 2.243/2021 inclui empresas de tecnologia, telefonia e de outros setores produtivos, pois permite que contribuinte utilize, como defesa, a compensação administrativa não homologada antes do ajuizamento da execução

 

Em nota, a Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) declarou seu apoio à PL 2243/2021, que alterar a Lei de Execuções Fiscais. Segundo a entidade, ela também pode beneficiar empresas do setor de IoT e de outros segmentos de tecnologia do país.

“Atualmente, a empresa que tem créditos e sofre uma cobrança sobre outros tributos não pode realizar a compensação em âmbito judicial. Por isso, o grupo de associações incluiu empresas de tecnologia, telefonia e diversos outros setores produtivos”, explica Ricardo Azevedo, membro do Comitê Jurídico da ABINC.

 

O especialista explica que a alteração possibilitará que empresas que possuam créditos fiscais efetuem compensação com dívidas fiscais que são objeto da ação de cobrança pelo Fisco. Ao citar o grupo de associações (listadas abaixo), Ricardo Azevedo está se referindo ao manifesto que foi encabeçado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), que defende a aprovação do Projeto de Lei 2.243/2021, atualmente em trâmite na Câmara dos Deputados.

 

Atualmente, o contribuinte não pode utilizar tal recurso em sede de embargos à execução fiscal, conforme cita o artigo 16, parágrafo 3º, da lei. Entretanto, apesar da previsão legal, há decisões judiciais conflitantes com relação ao tema, que oscilam entre permitir ou denegar a alegação da compensação supracitada.

 

O manifesto menciona que o problema se acarreta há anos e lembra que, recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu no sentido de não haver essa divergência, o que resultou em um cenário de insegurança jurídica. “Os contribuintes têm buscado o Poder Judiciário para pleitear a matéria, apresentando consequências prejudiciais, como o aumento de gastos públicos, a morosidade, a falta de uniformização das decisões e a dependência ao complexo regime de precatórios”, diz o documento divulgado pela Brasscom. Por esse motivo, Projeto de Lei 2243/2021 foi apresentado no ano passado, com a proposta de alterar o art. 16, §3º da Lei de Execuções Fiscais, visando excluir o termo “nem compensação” do rol de matérias vedadas para defesa dos contribuintes em sede de embargos à execução fiscal.

 

“Esse Projeto possui ampla relevância para a sociedade em geral, para as empresas brasileiras e para as entidades que subscrevem este manifesto, pois há urgente necessidade de pacificação da divergência sobre o tema, a fim de promover maior segurança jurídica aos contribuintes que venham a sofrer execuções fiscais, mas que porventura tenham algum crédito ainda não homologado pelo Poder Público”, alerta o manifesto.

 

Confira lista de entidades que assinaram o manifesto:

ABINC – Associação Brasileira de Internet das Coisas
ABISEMI – Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores
Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
Abratel – Associação Brasileira de Rádio e Televisão
ABT – Associação Brasileira de Telesserviços
APETI – Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação
AsBraAP – Associação Brasileira de Agricultura de Precisão
Brasscom – Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais
FABUS – Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus
FecomercioSP – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
FENAINFO – Federação Nacional das Empresas de Informática
LISBrasil – Associação Brasileira das Empresas Desenvolvedoras de Sistemas de Informação Laboratorial
TelComp – Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas

ABINC participa de lançamento do Polo Agrotech em Ivaiporã/PR

A ABINC, por meio do presidente Paulo José Spaccaquerche, participou do lançamento do Polo Agrotech na cidade de Ivaiporã/PR. O evento, realizado na última segunda-feira (06/06), marcou também a assinatura do Termo de Cooperação Técnica, com o objetivo de implantar tecnologias IoT para a cidade.

 

O Polo Agrotech é o projeto da Incubadora Tecnológica da Prefeitura de Ivaiporã/PR, que tem parcerias com a ABINC, Kotra e Tecpar, pretendendo implementar soluções inteligentes por meio da IoT. Essas parcerias vão tirar do papel iniciativas como a configuração do primeiro SandBox IoT da ABINC no Brasil, desenvolver soluções inovadoras para o agronegócio, atrair empresas e investidores juntamente com a Kotra e identificar oportunidades de soluções em tecnologias que possam promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental do município com o Tecpar.

 

Foi imprescindível o apoio do Líder do comitê de Smart Cities da ABINC, Aleksandro Montanha, do prefeito de Ivaiporã, Carlos Gil, bem como do diretor de Indústria, Comércio, Turismo, Agronegócio, Tecnologia e Inovação do município, Alex Sandro da Fonseca.

O IoT tornando a indústria brasileira mais competitiva

A indústria brasileira vem sofrendo constante pressão nos últimos 20 anos, seja por políticas fiscais inadequadas, altos encargos sobre a folha salarial, caminhos tortuosos para fontes de financiamento à inovação ou simplesmente a acirrada competição global. Independentemente dos motivos, o resultado é único: a indústria brasileira vem se tornando menos competitiva a cada ano, embora alguns setores ainda se destaquem, como a cadeia da agroindústria por exemplo.

 

Neste contexto global, o Brasil não pode ficar para trás e várias iniciativas de associações, sindicatos e do governo buscam em um primeiro momento compreender a situação atual, as principais dores e quais os remédios mas, ao contrário de soluções paliativas, o desafio agora é como não dar novos passos para trás daqui a alguns anos.

 

E nesse cenário as tecnologias da Indústria 4.0 vieram para ficar, alinhadas com o programa do Governo Federal Brasil Mais Produtivo 4.0 com foco em reduções de custos produtivos, aumento de produtividade, ganhos de qualidade no processo e retorno financeiro (https://brasilmais.economia.gov.br/ ).

 

 

E a Internet das Coisas?

Dentre as tecnologias que suportam a 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0, a Internet das Coisas tem papel de destaque na Indústria, cobrindo diversas aplicações alinhadas com as verticais do Brasil mais produtivo 4.0:

 

Sensores para monitoramento de equipamentos remotamente aliado a algoritmos de predição de falhas, permitindo que os gestores de manutenção tenham uma visão global do status de cada motor, bomba, painel elétrico, apenas para citar alguns; reduzindo o tempo de resposta e evitando quebras inesperadas, já que paradas não programadas significam perda de produção, horas extras, falhas de abastecimento  e custos não previstos, entre outros.

 

Monitoramento de processos produtivos através do sensoriamento e análises de padrões é possível entender como os processos, que foram em algum momento definidos e simulados, estão funcionando no mundo real onde existem paradas não programadas, falta de energia, falta de componentes, rotatividade de funcionários, etc.. Tudo isso em tempo real que em conjunto com painéis de gestão e visualização proporcionam ao gestor da fábrica uma visão em tempo real de gargalos, ociosidades e falhas operacionais.

 

Sensoriamento e controle de ambientes com sensores inteligentes de monitoramento de temperatura local, níveis de monóxido e dióxido de carbono e particulado em suspensão, tornando os processos produtivos que envolvem geração de calor (processos de fundição por exemplo) ou então partículas em suspensão (usinas de cimento) muito mais seguros, reduzindo riscos aos funcionários e podendo até impactar em seguros menores para a empresa devido a diminuição de riscos trabalhistas.

 

E como a Indústria Brasileira está se reinventando?

O Governo Brasileiro em conjunto com várias entidades e associações vem desenvolvendo programas de excelência para capacitar toda a cadeira produtiva e um exemplo de sucesso é o ROTA 2030, que abrange a Indústria Automobilística e seus fornecedores, um segmento importantíssimo para a economia brasileira. O objetivo principal do ROTA 2030 é ampliar a competividade, a inovação, a segurança veicular, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética, a qualidade dos automóveis e a capacidade produtiva da indústria automotiva nacional.

 

Regulado pela lei nº 13.755/2018, o programa Rota 2030 promove o fortalecimento do setor automotivo e incentiva a inovação, com foco nos próximos quinze anos de operação da indústria automotiva.

 

Dentro deste programa o destaque fica para a Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, que visa solucionar as dificuldades de empresas com baixa produtividade e defasagem tecnológica, capacitando a cadeia de ferramental de produtos automotivos e correlatos para atingir competitividade em nível mundial através da implantação de Provas de Conceito implantadas por startups de base tecnológica.

 

Os resultados desse programa foram apresentados no “Demoday Rota Challenge”, no espaço Ágora Tech Park em Joinville – SC e transmitido on-line, marcando o encerramento desta do primeiro ciclo do Rota Challenge.

 

Jade Alves, da equipe de coordenação de programas da Fundep, cita: “o Rota Challenge é uma iniciativa que veio para agregar valor para as ferramentarias, proporcionando um avanço tecnológico capaz de solucionar os principais desafios mapeadas nas indústrias, tais como: controle e gerenciamento de processos, gestão de matéria prima e controle de produção, e assertividade de orçamentos.”

 

Mauricio Finotti, Coordenador do Comitê de Manufatura da ABINC complementa: “Iniciativas como esta, além de servirem como demonstradores de tecnologia para empresas de todos os portes, trazem competitividade ao segmento” e complementa: “A Indústria 4.0 e suas tecnologias ainda estão em fase embrionária no Brasil, e quanto mais difundidas, maior o impacto em aumento de produtividade e reduções significativas de custos.”

 

Fonte: https://rota2030.fundep.ufmg.br/saiba-como-foi-o-demoday-rota-challenge