Aplicações de IoT que se tornaram viáveis com o 5G

Por Paulo Spaccaquerche

 

A Internet das Coisas (IoT) tem revolucionado a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor, conectando dispositivos e possibilitando o compartilhamento de informações em tempo real. Com o advento da tecnologia 5G, as aplicações de IoT se tornaram ainda mais viáveis, impulsionando o desenvolvimento de novas soluções e abrindo um leque de possibilidades, oferecendo melhorias significativas em áreas em que a IoT está presente e permitindo seu desenvolvimento mais avançado. O 5G traz vantagens como maior velocidade de transmissão de dados, capacidade de rede aprimorada, menor latência e maior confiabilidade da conexão.

 

A rede 5G é uma das principais habilitadoras para a expansão e o aprimoramento do IoT, trabalhando em conjunto para impulsionar soluções inovadoras em diversos setores. Ela oferece suporte essencial para lidar com uma grande quantidade de dispositivos IoT e a troca de dados em tempo real. Por outro lado, o IoT proporciona ao 5G novas oportunidades de criação de soluções de conectividade inteligente em setores como saúde, manufatura, cidades inteligentes e transporte.

 

Essa sinergia entre IoT e 5G resultará em maior eficiência na coleta, processamento e compartilhamento de dados, permitindo uma comunicação mais rápida entre os dispositivos IoT. Isso traz benefícios significativos para as empresas, que poderão desenvolver soluções mais eficientes e inteligentes. No entanto, a implementação dessa tecnologia requer um investimento significativo, além de preocupações com a segurança e a privacidade dos dados. Portanto, o futuro do IoT com o 5G dependerá da capacidade das empresas em equilibrar os desafios ao longo do caminho com as oportunidades que a tecnologia oferece.

 

Neste artigo, elenco algumas das aplicações de IoT que se beneficiaram do 5G e os impactos positivos que essa combinação tem trazido para diversos setores. Veja a seguir:

 

Cidades Inteligentes: as cidades inteligentes estão se tornando uma realidade, graças ao poder do 5G. Com uma conectividade ultrarrápida e uma latência reduzida, a infraestrutura de IoT pode ser implantada em larga escala para otimizar a gestão urbana. Sensores inteligentes podem monitorar o tráfego, o consumo de energia, a qualidade do ar e a segurança pública, permitindo uma tomada de decisão mais eficiente e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos.

 

Saúde Conectada: a aplicação do 5G na área da saúde tem o potencial de revolucionar a forma como os cuidados médicos são entregues. Com a IoT, dispositivos médicos inteligentes podem ser conectados em tempo real, permitindo o monitoramento remoto de pacientes, diagnósticos mais precisos e intervenções mais rápidas. A tecnologia 5G viabiliza a transmissão de grandes volumes de dados de saúde de forma rápida e segura, tornando possível a telemedicina e a realização de cirurgias remotas.

 

Indústria 4.0: o 5G tem sido um impulsionador chave na adoção da Indústria 4.0, que se baseia na automação e na digitalização dos processos industriais. Com a IoT, sensores e dispositivos conectados podem fornecer dados em tempo real para otimizar a produção, melhorar a eficiência energética e prevenir falhas na linha de produção. A baixa latência do 5G permite uma comunicação rápida e confiável entre máquinas, permitindo a criação de fábricas inteligentes e altamente eficientes, além da criação de gêmeos digitais.

 

Transporte Conectado: a conectividade do 5G é fundamental para a implementação de veículos autônomos e para melhorar a segurança e a eficiência do transporte em geral. Com a IoT, os carros podem se comunicar entre si e com a infraestrutura viária, permitindo uma melhor coordenação do tráfego, prevenção de acidentes e redução do congestionamento. Além disso, o 5G possibilita a transmissão de grandes quantidades de dados de sensores em tempo real, permitindo uma resposta rápida a emergências.

 

Agricultura Inteligente: A combinação de IoT e 5G tem o potencial de transformar a agricultura, aumentando a eficiência e a produtividade. Sensores conectados à Internet podem coletar dados sobre solo, clima e crescimento das plantas, permitindo uma gestão mais precisa e personalizada das culturas. Com o 5G, os agricultores podem monitorar e controlar remotamente suas operações, automatizar processos e usar algoritmos avançados para otimizar a produção de alimentos.

 

Apesar de todas essas possibilidades, é fundamental levar em consideração as questões de segurança e privacidade, especialmente para as empresas que estão investindo nessas soluções. Com a crescente quantidade de dados gerados e compartilhados pelos dispositivos IoT, a segurança dos dados se torna uma preocupação cada vez mais importante. É necessário implementar medidas adequadas de proteção e garantir a conformidade com regulamentações e padrões de segurança para mitigar os riscos associados ao uso do IoT e do 5G.

 

Em resumo, a combinação do IoT com a tecnologia 5G promete um futuro promissor, impulsionando inovações em diversos setores. Com uma conectividade mais rápida, capacidade expandida e menor latência, o 5G permite a criação de soluções mais eficientes e inteligentes no âmbito da IoT. No entanto, é fundamental abordar de forma adequada as preocupações com segurança e privacidade dos dados para garantir o sucesso dessa evolução tecnológica.

 

Paulo José Spaccaquerche (conhecido como Paulo Spacca) é presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC). Com mais de 40 anos de experiência profissional, passou por diversas empresas líderes em tecnologia, como IBM e SAP. Paulo também foi responsável pela implantação no Brasil de empresas americanas como Sybase, Netscape, Peoplesoft e Quest, entre outras. Possui treinamento multidisciplinar em Engenharia e Administração, além de extensão curricular pela Universidade Harvard, nos EUA. Spacca é reconhecido nacionalmente por seu relacionamento com os principais executivos de empresas públicas, privadas nacionais e multinacionais, com atuação em diversos segmentos de mercado. Ele também professor na IBM para os cursos de vendas.

O Papel das Tecnologias Emergentes nas Cidades Inteligentes

A tecnologia tem sido um fator fundamental na transformação das cidades inteligentes em todo o mundo. Seja por meio do 5G, Web3, Blockchain, Internet das Coisas (IOT), Metaverso ou Inteligência Artificial (IA), a aplicação dessas tecnologias emergentes em diferentes áreas pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas nas cidades. Minha experiência no tema das smart cities foi pioneira, desde de 2011, quando ainda pouco se falava sobre o assunto. Hoje com uma participação prática no tema, aplicando tecnologias em projetos de governo, consigo ter uma visão holística de como as cidades vem evoluindo e aderindo ao conceito. Neste artigo, fiz um apanhado dos casos de Seul, Dubai e Singapura, que demonstram o potencial da tecnologia para transformar as cidades em lugares mais eficientes, seguros e conectados.

 

Em Seul, a tecnologia 5G está sendo utilizada para testar veículos autônomos e melhorar a qualidade das imagens capturadas pelas câmeras de segurança na cidade. Em Dubai, a tecnologia blockchain está sendo aplicada na criação de uma plataforma de registro de dados médicos e na construção de um metaverso, enquanto em Singapura, a inteligência artificial está sendo utilizada para melhorar a eficiência dos serviços públicos e desenvolver políticas públicas para atender às demandas de uma população que está vivendo cada vez mais.

 

Conectividade Ultra-rápida – SEUL

 

O caso de Seul é um exemplo de como a tecnologia 5G pode ser aplicada em diferentes áreas para melhorar a eficiência e a qualidade de vida das pessoas. A Coreia do Sul é um dos países mais avançados em relação à implementação do 5G, tendo sido o primeiro país do mundo a disponibilizar uma rede comercial de 5G em abril de 2019.

 

Com a tecnologia 5G, as empresas de transporte em Seul estão testando veículos autônomos que podem transportar passageiros de forma segura e eficiente. A alta velocidade de transmissão de dados do 5G permite que os veículos sejam controlados remotamente por um motorista humano, que pode monitorar a estrada por meio de câmeras e sensores instalados no carro.

 

Além disso, a tecnologia 5G também está sendo utilizada para melhorar a qualidade das imagens capturadas pelas câmeras de segurança na cidade. Com a conexão 5G, as imagens podem ser transmitidas em tempo real com maior clareza e rapidez, o que permite uma resposta mais rápida em caso de emergências.

 

O caso de Seul demonstra o potencial do 5G para transformar a forma como as pessoas se movem e interagem com o ambiente urbano, além de melhorar a segurança pública e a qualidade de vida.

 

Web3 e Metaverso – DUBAI

A Web3, IOT e Metaverso são outras tendências que podem trazer grandes benefícios para as cidades inteligentes. A Web3 é a terceira geração da internet, que tem como base a descentralização de dados e serviços, além da utilização de tecnologia blockchain. Com a IOT (Internet das Coisas), é possível conectar objetos do dia-a-dia à internet, criando um ambiente inteligente e interconectado. Já o Metaverso é um ambiente virtual imersivo, que permite a interação entre usuários em um ambiente virtual. Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a cidade está utilizando a tecnologia blockchain para criar uma plataforma de registro de dados médicos, além de estar investindo na construção de um metaverso que permitirá a interação entre cidadãos em um ambiente virtual.

 

O caso de Dubai é um exemplo de como a tecnologia blockchain pode ser aplicada em setores como a saúde e o entretenimento, para criar soluções inovadoras e melhorar a experiência das pessoas.

 

A cidade de Dubai está desenvolvendo uma plataforma de registro de dados médicos baseada em blockchain, que permitirá que pacientes e profissionais de saúde acessem e compartilhem informações médicas de forma segura e eficiente. A plataforma, chamada de Dubai Pulse, utiliza a tecnologia blockchain para garantir a segurança e a privacidade dos dados, além de possibilitar o compartilhamento de informações entre diferentes instituições de saúde.

 

Além disso, Dubai está investindo na construção de um metaverso, um ambiente virtual onde os cidadãos poderão interagir e participar de atividades sociais, econômicas e culturais. O metaverso de Dubai será construído utilizando tecnologias como realidade virtual, inteligência artificial e blockchain, e será integrado com a infraestrutura da cidade, permitindo que as pessoas possam acessar serviços e informações de forma mais eficiente e conveniente.

 

O objetivo de Dubai com essas iniciativas é tornar a cidade mais inteligente, conectada e eficiente, oferecendo soluções inovadoras para seus cidadãos e visitantes, além de fortalecer sua posição como um centro global de inovação e tecnologia. O uso da tecnologia blockchain no registro médico e a construção do metaverso também demonstram o potencial da blockchain para transformar setores diversos e criar novas oportunidades de negócio e interação social.

 

Inteligência Artificial e longevidade – SINGAPURA

 

A inteligência artificial já está transformando as cidades em todo o planeta. Com a inteligência artificial, é possível criar sistemas de análise de dados em tempo real, melhorando a eficiência dos serviços públicos e a segurança. Fazendo um paralelo com o aumento da longevidade as cidades terão ainda mais desafios, como a necessidade de criar políticas públicas que atendam às demandas de uma população mais velha. Em Singapura, a cidade está investindo em tecnologias de inteligência artificial para melhorar a eficiência dos serviços públicos, além de estar desenvolvendo políticas públicas para atender às demandas de uma população que está vivendo cada vez mais.

 

A inteligência artificial pode ser a tendência tecnológica mais impactante para as cidades inteligentes, basta ver o recente sucesso do Chatgpt. Com o avanço da IA, é possível criar sistemas autônomos capazes de tomar decisões de forma independente, além de possibilitar a criação de novos modelos de negócio e serviços públicos.

 

O caso de Singapura é um exemplo de como a inteligência artificial (IA) pode ser aplicada no setor público para melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços oferecidos à população.

 

Singapura está investindo em tecnologias de IA para melhorar a tomada de decisões e a prestação de serviços públicos. Por exemplo, a cidade está utilizando sistemas de IA para monitorar o tráfego e gerenciar a rede de transporte público, garantindo que os ônibus e trens cheguem aos destinos no horário previsto.

 

Além disso, Singapura está desenvolvendo políticas públicas para atender às demandas de uma população que está vivendo cada vez mais. A cidade está investindo em tecnologias de assistência social, como robôs de companhia para idosos, e está promovendo a educação em IA para garantir que os cidadãos estejam preparados para trabalhar com as novas tecnologias.

 

Outra iniciativa importante em Singapura é o uso de sistemas de IA para a prevenção de crimes. A cidade está desenvolvendo sistemas de vigilância por vídeo que utilizam IA para detectar atividades suspeitas e alertar as autoridades de segurança em tempo real.

 

O objetivo de Singapura com essas iniciativas é criar uma cidade inteligente e sustentável, que ofereça serviços públicos eficientes e de alta qualidade para seus cidadãos. O uso de tecnologias de IA no setor público também demonstra o potencial da IA para melhorar a eficiência e a eficácia dos serviços oferecidos pelos governos em todo o mundo.

 

Aplicabilidade das tecnologias emergentes

 

A tecnologia tem o potencial de transformar as cidades em ambientes mais inteligentes e conectados, trazendo benefícios para a população e para o meio ambiente. Com a aplicabilidade de novas tendências tecnológicas, é possível melhorar a eficiência dos serviços públicos, a qualidade de vida dos cidadãos e a sustentabilidade das cidades. As cidades inteligentes têm se mostrado cada vez mais importantes para o futuro, e a tecnologia é um dos principais fatores que podem impulsionar essa transformação. É fundamental que governos e empresas invistam na aplicação de soluções tecnológicas inovadoras para criar cidades mais inteligentes, conectadas e sustentáveis.

 

 

ANDRÉ TELLES 

Especialista em inovação e governos inteligentes, com projetos realizados em parceria com a Prefeitura de Barcelona e o Governo da Catalunha. Escritor. Autor de seis livros relacionados ao tema da tecnologia e inovação. Professor de Pós-Graduação e palestrante. Lider do Comitê de Smart Cities da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) Diretor de inovação da Associação de dirigentes de vendas e marketing (ADVBPR). Foi Superintendente-Geral de Inovação do Governo do Estado do Paraná e atualmente é Assessor da Presidência da Companhia de Tecnologia do Paraná (Celepar).

 

Como as cidades inteligentes podem se beneficiar com os carros autônomos?

Por Dalton Oliveira

Texto originalmente publicado na Newsletter de Julho de 2019 do IEEE IoT (Institute of Electrical and Electronics Engineers).

O conceito de cidades inteligentes é mais do que apenas implementar tecnologias sejam elas novas e/ou conhecidas − estas são cidades digitais. Quando falamos de algo inteligente, estamos falando sobre a capacidade de conectar tecnologias, lidar com dados e agregar valor − no caso das cidades inteligentes, trazendo valor para cidadãos e governos.

As cidades inteligentes começam pelas casas inteligentes. Com base em dados das casas inteligentes sobre o consumo de serviços básicos pelos cidadãos (por exemplo: água, gás, eletricidade, esgoto, internet banda larga, etc.), os governos e prestadores de serviços podem analisar, tomar decisões e agir, fornecendo, de maneira equilibrada, a carga adequada de serviços para as cidades e para os cidadãos. Quando falamos de casas inteligentes e cidades inteligentes, qual é a primeira coisa que vem à mente senão mobilidade? A mobilidade é um fator crítico para as grandes cidades em todo o mundo. Então, como os carros autônomos podem beneficiar as cidades inteligentes?

Tecnologia + Carros = Oportunidades

Todos nós temos lido sobre carros conectados e autônomos e seus benefícios − desde a diminuição de acidentes de carros, até tornar a vida das pessoas mais otimizadas, pela integração com outras tecnologias. Este é um vasto assunto a ser explorado. Ao mesclar os carros com tecnologias emergentes como a internet das coisas (IoT), a Inteligência Artificial (AI), o machine learning (ML), o deep learning (DL), não há limitações para a criatividade, para a inovação; e eu não estou falando apenas de experiências do usuário, estou falando também sobre os insights fornecidos por todos os dados envolvidos. Estou falando sobre novos modelos de negócios (mesmo para as marcas existentes), sobre oportunidades para empreendedores desenvolverem novos produtos e novos serviços, sobre abastecer governos com dados gerados para tomar decisões corretas e rápidas, e sobre oportunidades para P&D de produtos e também para engenheiros de aplicação. Como podemos ver, existem novas oportunidades (que incluem novas carreiras) para todo o ecossistema − aquelas direta e mesmo indiretamente envolvidas. Em outras palavras, este é um novo estilo de vida para os usuários e para novos negócios que vão surgindo tão rápido quanto podemos imaginar. Você está preparado para isto?

Os carros conectados e a cidade

Carros conectados estão ao nosso redor há alguns anos. Por exemplo, usando a internet das coisas (IoT) é possível prever a manutenção preventiva e até mesmo a corretiva dos carros, e (sim) fornecer insights e insumos para as cidades inteligentes – eu vou lhes dizer como.

Figura 1: Vista em 3D do Google Earth de um distrito de São Paulo / Brasil (Créditos: Wardston Consulting, Dados do mapa: Google, DigitalGlobe).

A Figura 1 mostra uma área de uma cidade dividida em 4 quadrantes (com características muito semelhantes). Um usuário (U1) de um carro conectado (CC1) em um quadrante (Q1) vai para manutenção com maior frequência do que o de outro usuário (U2) do mesmo modelo de carro conectado (CC2) em outro quadrante (Q2). Existem várias hipóteses, mas os engenheiros preferem se basear em dados, e os dados dos carros conectados contam algumas histórias (com base em um contexto conhecido):

  • A velocidade média de (1) é maior que a de (2);
  • O tempo médio entre o ponto de origem e o ponto de destino de (1) é maior que o de (2);
  • O consumo médio de combustível de (1) é maior que o de (2);
  • A mudança de marchas média de (1) é maior que a de (2);
  • Mais alguns dados.

Com base nos poucos dados mostrados acima, parece que as ruas dos quadrantes Q1 e Q2 não são tão semelhantes como poderiam ser. Uma análise in-loco detectou que elas realmente não são semelhantes: Q1 tem mais lombadas e buracos do que Q2.

Figura 2: Lombada

Visto isso, é possível fornecer insights e informações para o governo local:

  • Criar mais postos de abastecimento de combustível em Q1;
  • Criar o tipo de lombada capaz de transferir energia do impacto mecânico dos pneus dos carros para engrenagens conectadas, para, por exemplo, gerar energia elétrica;
  • Muitos outros insights e informações.

As lombadas são feitas pela prefeitura, mas os buracos não são – a prefeitura deve consertá-los. Mas, para corrigi-los, é necessário saber onde eles estão.

Os carros autônomos beneficiam as cidades inteligentes

Os carros autônomos podem colher, processar, enviar e receber dados para tomar decisões e para agir. Um ecossistema complexo para lidar com grandes volumes de dados, sistemas de missão-crítica e totalmente conectadas em tempo real, mesclando internet das coisas (IoT), inteligência artificial (AI), machine learning (ML), deep learning (DL) fazem todas essas coisas trabalharem juntas.

Figura 3: Entendendo a relação existente entre inteligência artificial -IA, aprendizado das máquinas -AM, aprendizado profundo -AP (Créditos: IEEE Communications Society).

A visão computacional com modelos de machine learning (ML) treinados para detectar e reconhecer as coisas a serem evitadas (buracos) e não colidir (com outros carros, pessoas, objetos, etc.) é parte do complexo bloco cognitivo dos carros autônomos.

Figura 4: Buracos nas ruas podem ser detectados e reconhecidos pela visão computadorizada –VC.

Além disso, quando os carros autônomos estiverem circulando e tomando decisões e agindo, eles podem alimentar com dados a prefeitura e quem mais estiver interessado em trabalhar em conjunto para construir uma comunidade melhor:

  • Quando os carros autônomos identificarem buracos, eles poderão ajustar suas velocidades para causar menor dano ao veículo e poderão mapear a localização e o tipo dos buracos, a fim de notificar a prefeitura para tapa-los;
  • Quando os carros autônomos identificarem lombadas, eles poderão ajustar suas velocidades para causar menor dano ao veículo, além de mapear a localização das lombadas − para notificar a prefeitura para analisar e cruzar essas informações com várias outras (por exemplo, áreas com alta incidência de acidentes versus o número de lombadas, e fazer outras análises);
  • Muitas outras análises a fim de criar, gerenciar e produzir cada vez mais informações (para diversas finalidades).

É possível expandir a analogia dos 4 quadrantes anteriormente mencionados, dividindo a cidade em pequenas áreas, cada área com seus 4 quadrantes. Os carros autônomos que vão do ponto A para o ponto B, para o ponto C e para o ponto A, estão entrando e saindo de vários quadrantes, o que faz deles estações remotas que reúnem informações e que enviam esses dados para alguma nuvem, para algum banco de dados, para construção de um registro histórico de, por exemplo, temperatura em tempo real, chuva, neve, qualidade do ar, radiação UV e outros dashboards de dados climáticos – eu estou falando de dados em tempo real, não previstos (leiam mais sobre um dos meus projetos de IoT+AI/chatbot para cidades inteligentes chamado Smartytempy).

Por exemplo, fornecendo informações em tempo real sobre a qualidade do ar para um serviço de aluguel de bicicletas e patinetes, para notificar os usuários se a área está adequada ou não. E, com dados suficientes, é possível prever algum desastre natural e agir antes que ele aconteça. Se a rua ou estrada tiver neve ou enchente, usando realidade aumentada (AR) − com dados previamente mapeados − quando os olhos humanos por vezes não conseguirem ver os riscos, é possível mostrar na tela do carro ou do smartphone os perigos que estiverem alguns metros à frente. Como podemos ver, há muitos benefícios dos carros autônomos para as cidades inteligentes.

Lembrem-se: Quando falarmos de dados, big data, nuvem, banco de dados e coisas relacionadas, o importante é ter em mente que: dados e números por si mesmos não nos contam histórias, as histórias são construídas com base em um contexto conhecido em adição dos dados e números.

A pergunta de 1 bilhão de dólares

Visto isso, a quem pertence os dados?

Sobre o autor: Dalton Oliveira é engenheiro eletrônico que trabalha como Consultor, Mentor, Palestrante Global em Transformação Digital (aplicação, produto, projetos, processos, engenharia) para a Wardston Consulting. Ele foi premiado Top 3 IoT World Series (competindo com Siemens, AT&T, Bayer e outras) e Facebook Testathon Best Product Idea. Ele tem experiência em projetos e produtos globais de missão-crítica com budget de bilhões de dólares para empresas globais (bens de consumo, telecom, equipamentos científicos), governos e universidades desde 2002. Para a internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (AI), alguns dos seus projetos autorais estão instalados desde o Vale do Silício até Nova Iorque. Palestrante convidado do evento IoT World Series em Atlanta/USA, escritor convidado na IoT Manufacturing em Cincinnati/USA, juiz convidado na The George Washington University em Washington/DC. Mencionado em publicações acadêmicas da Universidade da Arábia Saudita + MIT/USA, entrevistado pela Revista Riviera (com exclusividade em 1/3 de página), entrevistado pela TV Cultura (noticiário de TV, horário nobre, cobertura nacional). Contate-o no LinkedIn e no website da Wardston.

 

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